As consequências perigosas da formulação da PEC dos Precatórios (PEC 23/21) começaram a entrar no mercado de negociação de precatórios e mediação de crédito judicial. Diante dos altos riscos impostos, os investidores deste setor já começam a revisar seus preços para baixo, forçando os credores a se acostumarem com o novo perfil da categoria.

“Havia a crença entre os credores que, quanto mais perto do pagamento, melhor seria a negociação com o mercado, mas a lógica agora foi invertida por conta da PEC. Quem negociou meses atrás fez uma negociação bem mais favorável. O mercado de compra e vendas de precatórios está se ajustando às medidas adotadas pela PEC e alguns investidores decidiram não continuar com a compra deste ativo, tendo a incapacidade do investidor de operar o mercado pulverizado, (precatórios abaixo de R$250.000,00) considerado a faixa menos afetada pela PEC, em vista do aumento do risco de endividamento do Governo ante a sua capacidade de pagamento dos precatórios, ou seja, o Governo não vai honrar o montante previsto para ser pago em 2022/2023”, alerta Leandro Alves dos Santos, advogado e especialista em Direito da fintech Ori Assets, especializada neste tipo de ativos.